Conciliando arquitetura e paternidade na pandemia – Dia dos Pais 2021
Em celebração ao Dia dos Pais 2021, convidamos Flavio Machado para falar sobre suas experiências com paternidade, carreira e pandemia. Confira!
Com a chegada da pandemia de Covid-19, o home office foi inevitável e, consequentemente, foi preciso repensar o que é ser pai. Os cuidados, muitas vezes relegados às mães, foram divididos. O convívio familiar ganhou uma nova dinâmica. Portanto, o Dia dos Pais 2021 é especial.
Neste artigo, você vai conhecer a importância do Dia dos Pais 2021 para arquitetos que aprenderam a lidar com as demandas do trabalho e da família nesse momento tão delicado que o mundo vive. Acompanhe!
Dia dos Pais 2021: alegrias e desafios para arquitetos em família
Convívio intenso, estudos e brincadeiras durante o expediente. O profissional teve que adaptar sua rotina às demandas dos filhos. Veja os relatos dele nesta homenagem do Archtrends ao Dia dos Pais 2021.
FLÁVIO MACHADO, ARQUITETO DIRETOR DA SET ARQUITETURA E CONSTRUÇÕES
A rotina do arquiteto Flávio Machado sempre foi agitada. Além de diretor da SET, ele é dono do próprio escritório, Flávio Machado Arquiteto, há mais de 26 anos.
Um projeto de arquitetura e construção demanda muito planejamento, conversa, rascunhos e execução. Para dar conta de tantas demandas, é preciso se dedicar bastante: ele trabalha de 12 a 14 horas por dia.
PROFISSIONAL E PAI
Flávio fazia projetos de stand de vendas e apartamentos decorados para construtoras, atividade que exige que o profissional viaje constantemente. Essa rotina começou a mudar com a chegada de Enzo, de sete anos.
“Com o nascimento do meu primeiro filho, parei de atender às construtoras porque tinha que viajar muito. Também passei a evitar ao máximo trabalhar nos fins de semana para ficar com a família”, explica.
Pouco tempo depois, chegou Lívia, hoje com cinco anos, o que fez com que Flávio mudasse o foco do trabalho. “Fiquei mais com projeto e execução de obras residenciais e de escritório, que também são uma loucura, mas não preciso viajar tanto. Atuo mais em São Paulo”, complementa.
A mudança de segmento não diminuiu a carga de trabalho, mas o arquiteto faz questão de participar da rotina dos filhos. “Muitas vezes, eu acordo, arrumo as crianças, coloco na perua escolar por volta das 7h. Depois, vou trabalhar. Há dias em que chego em casa e eles já estão dormindo, mas tento voltar cedo para brincar e fazer parte do dia deles”, diz Flávio.
ROTINA NA PANDEMIA
Com o isolamento social, os filhos começaram a estudar online. Flávio e Sílvia, sua esposa, investiram em um notebook para cada um deles. Sílvia trabalhava em home office, mas Flávio continuou a ir sozinho para o escritório por um bom tempo.
“Como as crianças são pequenas, tivemos que estar ao lado, separar o material, acompanhar a lição de casa, ficar junto. Acabamos atuando como professores. A gente revezava: eu ficava dois dias na semana, e a minha esposa três”, conta.
ADAPTAÇÃO
Se trabalhar em casa já é complicado, com duas crianças com um ano e meio de diferença é ainda mais difícil. Por um período, o casal dispensou a babá, que depende de transporte público. “Eles brincam, brigam. A gente precisa fazer comida, dar banho. E não tem um ambiente apropriado para o trabalho. Isso é complicado de conciliar”, afirma Flávio.
Para se manter perto dos filhos, o arquiteto levou-os ao escritório para assistir às aulas, o que ajudava a aliviar a rotina intensa.
“Algumas vezes, eu trabalhei de madrugada para entregar os projetos nas datas. Outras, terceirizei para freelancers conhecidos. Mas a arquitetura precisa de conversa, entrosamento com as pessoas que fazem parte do processo. Um trabalho que você só conversou, não mostrou, não rabiscou, acaba tendo que refazer muitas coisas. Sou das antigas; gosto do presencial, de acompanhar. Senão, qualquer erro acaba sendo obrigado a voltar muito para trás”, diz.
COMPANHEIRISMO
Flávio ressalta como acha importante ficar perto dos filhos e acompanhar a evolução deles em relação aos estudos.
“Não é uma tarefa somente agradável. É questão de educação. Não temos a didática de um professor, então buscamos fazer da melhor forma possível, mas não é uma atividade simples”, reflete.
FUTURA ARQUITETA
“Como as crianças participaram de atividades do escritório, minha filha disse que quer ser arquiteta! Ela é nova, mas gosta de desenhar e tem uma boa percepção de desenhos em planta, consegue entendê-los. Mostrou interesse, inclusive nas obras. Brincou bastante, me acompanhou e foi super companheira em alguns passeios que fiz com ela no trabalho. Isso me deixa muito feliz”, derrete-se Flávio.
- Fonte original :Archtrends Portobello